Pequeno Guia sobre Benjamin Constant

Série "Pequeno Guia" apresenta grandes nomes do liberalismo em poucos minutos de leitura.

Quem foi Benjamin Constant?

Ao começar a contar a história de sua vida, Constant escreveu o seguinte: “Nasci em 25 de outubro de 1767, em Lausanne, Suíça, filho de Henriette de Chandieu, que pertencia a uma família de origem francesa refugiada em Pays de Vaud por razões religiosas e Juste Constant de Rebecque, um coronel em um regimento suíço a serviço da Holanda. Minha mãe morreu em consequência do meu parto, uma semana depois que nasci.”

Constant teve uma série de tutores, e lia de oito a dez horas por dia. Depois de tentar fazer com que Constant fosse admitido pela Universidade de Oxford (ele era jovem demais), Juste o mandou para a Universidade de Erlangen (Bavária), onde começou a aprender alemão e vicou-se em jogos de azar.

Foi então transferido para a Universidade de Edimburgo, cujo corpo docente era composto por defensores da liberdade do porte de Adam Smith, Adam Ferguson e Dugald Stewart. Constant estudou principalmente história e grego. Depois de dois anos, foi enviado a Paris, onde estudou com o intelectual Jean-Baptiste-Antoine Suard – que tinha amigos como o filósofo escocês David Hume, o dramaturgo inglês David Garrick, o escritor Lawrence Sterne, o matemático francês Jean Le Rond d’Alambert, o filósofo Marquis de Condorcet e Lafayette. Antes de chegar aos 18 anos, Constant já dominava três línguas e tinha conhecido as idéias de pensadores brilhantes.

Em maio de 1789, casou-se com a Baronesa Wilhelmina Von Cramm, herdeira do título de Duquesa de Brunswick, mas ela não compartilhava de sua curiosidade intelectual e eles se divorciaram.

Por que Benjamin Constant é relevante?

Segundo Isaiah Berlin, respeitado acadêmico da Universidade de Oxford, o intelectual francês Benjamin Constant foi “o mais eloqüente entre todos os defensores da liberdade e da privacidade”. Sua mais importante contribuição foi reconhecer que “o maior problema... [é] a quantidade de autoridade que deve ser colocada nas mãos de uma pessoa, pois a autoridade ilimitada, colocada ao alcance de qualquer pessoa certamente destruiria alguém, mais cedo ou mais tarde.”

Constant descreveu a dinâmica do coletivismo que se tornaria o flagelo do século XX. Por exemplo: “Os conquistadores primitivos se satisfaziam com a submissão física; eles não se intrometiam nas vidas privadas ou nos costumes locais de suas vítimas... Os conquistadores atuais estão determinados a olhar além da superfície de seu império e não encontrar nenhum desvio em sua uniformidade... Os interesses locais e as tradições contêm o germe da resistência; uma autoridade central tolera-o a contragosto e tenta erradicá-lo na primeira oportunidade. Ela acredita que é mais fácil lidar com indivíduos; sem esforço ela o esmaga com seu imenso peso”.

Ele condenava a guerra, “o maior erro que um governo pode cometer atualmente. Ela destrói todas as garantias sociais sem trazer compensações; ela coloca em risco todas as formas de liberdade; ela prejudica todos os interesses; ela estremece qualquer segurança; ela pesa sobre qualquer fortuna. Ela combina e legitima todos os tipos de tirania, externa e interna”.

Princípios políticos

Ele estava trabalhando em seu Principes de politique (Princípios de política), uma análise dos princípios constitucionais, que foi publicado em maio. “Os cidadãos possuem direitos individuais independentemente de qualquer autoridade social e política e qualquer autoridade que viole esses direitos se torna ilegítima. Os direitos dos cidadãos são a liberdade individual, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, que inclui a liberdade de se expressar abertamente, o gozo da propriedade, a garantia contra o poder arbitrário. Nenhuma autoridade pode pôr em dúvida esses direitos sem destruir suas próprias credenciais.”

Os ultramonarquistas demandavam o poder para estabelecerem um comportamento virtuoso, mas Constant advertia que “o poder arbitrário destrói a moralidade, e não pode haver moralidade sem segurança; não existe afeição pacífica sem a certeza de que os objetos dessas afeições estão a salvo sob o escudo de sua inocência.”

Reafirmou a urgência de se limitar o poder governamenta

“Você pode dividir os poderes o quanto quiser; se o total desses poderes é ilimitado, os poderes divididos necessitariam apenas de formar uma coalizão e não haveria nenhum remédio para o despotismo. O que nos importa não é que nossos direitos não deveriam ser violados por um poder sem a aprovação de outro, mas pelo contrário, que qualquer violação deveria ser igualmente proibida, da mesma maneira, por todos os poderes.

Porém, antes que qualquer coisa acontecesse sob a nova constituição, o general prussiano Marshal Blucher e o britânico Duque de Wellington reuniram 213 mil soldados britânicos, prussianos, holandeses e belgas em 18 de junho de 1815, e derrotaram Napoleão em Waterloo, perto de Bruxelas. Napoleão exigiu poderes ditatoriais, mas Lafayette, membro da Câmara dos Deputados, exigiu a abdicação de Napoleão. Ele foi banido para uma casa rosa, velha, de seis quartos (que dividia com seus oficiais e suas famílias) em St. Helena, uma ilha vulcânica controlada pela Grã-Bretanha no sul do oceano atlântico, a 2000 quilômetros a oeste da África do Sul, onde morreria seis anos depois. Os exércitos aliados entraram em Paris em 7 de julho e, no dia seguinte, Luis XVIII voltou ao Palácio das Tulherias.

Constant ofereceu suas desculpas a Luis XVIII e o rei permitiu que continuasse na França. Constant se estabilizou com sua esposa, Charlotte.ma de suas conquistas mais simbólicas foi a instituição do Dia do Professor no estado de Santa Catarina, através da lei nº 145/1948. Vinte anos depois, em outubro de 1963, a lei se tornava nacional. É graças a Antonieta que celebramos a data todo dia 15 de outubro.

Saiba mais sobre Benjamin Constant

  • Apesar de Edward Laboulaye, jornalista liberal francês, ter lançado uma edição das obras de Constant em 1861, o coletivismo estava entrando na moda, e Constant era lembrado como autor de literatura romântica francesa (principalmente por Adolphe). Essa visão continua em algumas áreas – o professor de literatura Dennis Wood, em uma biografia de Constant publicada em 1993, despreza sua filosofia política. A biografia escrita por Elizabeth Schermerhorn em 1924 continua a melhor em língua inglesa.