Pequeno Guia sobre John Locke
Série "Pequeno Guia" apresenta grandes nomes do liberalismo em poucos minutos de leitura.


Quem foi John Locke?
John Locke nasceu em Somerset, Inglaterra, em 29 de agosto de 1632. Era o filho mais velho de Agnes Keen, filha de um curtidor de couro de uma cidade pequena, e John Locke, um advogado puritano de poucas posses que trabalhava como assistente de juízes de paz.
Locke tinha dezessete anos quando forças a serviço do parlamento enforcaram o rei Carlos I, abrindo caminho para a ditadura militar de Oliver Cromwell. Em 1652, após se formar na prestigiada Westminster School, Locke ganhou uma bolsa para estudar em Christ Church, na Universidade de Oxford, que formava principalmente clérigos. Em novembro de 1665, através de seus contatos em Oxford, Locke foi enviado para uma missão diplomática em Brandenburgo. A experiência foi reveladora, porque Brandenburgo tinha uma política de tolerância de católicos, calvinistas e luteranos, e havia paz.
Por que John Locke é relevante?
Alguns de seus contemporâneos notáveis tinham grande respeito por Locke. O matemático e físico Isaac Newton apreciava sua companhia. Locke ajudou o quaker William Penn a recuperar sua boa reputação quando ele se tornou um fugitivo político, assim como Penn conseguira fazer Locke ser perdoado quando ele havia sido um fugitivo político. O famoso médico inglês Dr. Thomas Sydenham descreveu-o como “um homem que, pela agudeza de seu intelecto, pela firmeza de seu discernimento, pela simplicidade, ou seja, pela excelência de seus modos, posso seguramente declarar ter, entre os homens de nossa época, poucos iguais e nenhum superior”.
Reflexões sobre a liberdade na educação
Em 1693, Locke publicou Alguns pensamentos referentes à educação, oferecendo muitas ideias que soam tão revolucionárias hoje como soaram na época. Ele declarou que o objetivo da educação é a liberdade. Ele acreditava que dar um exemplo pessoal é a forma mais eficiente de ensinar valores morais e habilidades fundamentais, e por isso recomendava que as crianças recebessem sua educação em casa. Ele tinha objeções às escolas estatais e apelava aos pais para que estimulassem o gênio único de cada criança.
Morte e legado
Francis e Damaris Marsham, amigos de Locke, convidaram-no a passar seus últimos anos em Oates, sua casa de campo em North Essex, a cerca de vinte e cinco milhas de Londres. Ele tinha um quarto no térreo, e um estúdio que continha a maior parte de sua biblioteca de 5.000 volumes. Ele insistia em pagar: uma libra por semana para si mesmo e seu empregado, mais um xelim por semana para seu cavalo. A saúde de Locke piorou gradualmente, e em outubro de 1704 ele mal conseguia levantar-se e vestir-se. Por volta das três horas da tarde de sábado, 28 de outubro, ele faleceu, sentado em seu estúdio em companhia de Lady Marsham. Tinha setenta e dois anos. Foi enterrado no cemitério de High Laver.
Durante a década de 1720, dois autores ingleses radicais, John Trenchard e Thomas Gordon, publicaram as Cato’s Letters [“Cartas de Catão”], uma série de ensaios publicados em jornais londrinos que tiveram influência direta sobre os pensadores americanos. A influência de Locke estava mais aparente na declaração de independência, na separação constitucional de poderes, e na Bill of Rights [declaração dos direitos dos cidadãos].
Na mesma época, Voltaire, o espirituoso crítico da intolerância religiosa, promovia as ideias de Locke na França. O Barão de Montesquieu desenvolveu as ideias de Locke sobre a separação de poderes. A doutrina de direitos naturais de Locke foi incorporada à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, mas sua crença na separação de poderes e na importância da propriedade privada nunca fincou raízes na França.ma de suas conquistas mais simbólicas foi a instituição do Dia do Professor no estado de Santa Catarina, através da lei nº 145/1948. Vinte anos depois, em outubro de 1963, a lei se tornava nacional. É graças a Antonieta que celebramos a data todo dia 15 de outubro.
Saiba mais sobre John Locke
Depois Locke praticamente desapareceu do debate intelectual. Uma reação conservadora tomou a Europa conforme o discurso dos direitos naturais passava a ser associado à rebelião e às guerras napoleônicas. Na Inglaterra, o filósofo utilitarista Jeremy Bentham ridicularizou os direitos naturais, propondo que as políticas públicas fossem determinadas pelo princípio da maior felicidade para o maior número. Mas tanto conservadores quanto utilitaristas ficaram intelectualmente indefesos quando governos exigiram mais poder para roubar, prender, e até assassinar pessoas, pretensamente para fazer o bem.
*Leia o texto original no site da Foundation for Economic Education.